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Decisão

Fazia algum tempo que procurávamos uma aeronave pra construir e para nortear a nossa escolha, tínhamos alguns requisitos em mente:



Design: Teria que ser uma aeronave bonita, elegante e não uma "trozoba" voadora.​



Tamanho: ​Nosso intuito era montar uma aeronave biplace (dois lugares), mas todas as aeronaves biplace que víamos eram enormes e não tínhamos espaço para montá-las. Analisando as opções de aeronaves de tamanho pequeno, nos deparamos com algumas. Muitas utilizam o alumínio (Mustang II, RD6, Cri Cri, etc) e como não temos nenhuma intimidade em trabalhar com esse material, descartamos de imediato. Essa aeronave pelo seu tamanho nos permite montar em um espaço pequeno, como uma garagem, puxadinho na laje ou até mesmo em um quarto ou despensa. Esse projeto veio a calhar, pois além das asas serem removíveis, o comprimento total da aeronave é de pouco mais de 4 metros terminada. O fato de ter asas removíveis faz com que ocupe menos espaço na hangaragem e facilita o transporte do avião em uma carretinha simples para um aeroclube, caso não se queira hangarar.

De madeira existem alguns projetos como o PIK 26 que utiliza motor a partir de 35 HP, que também é uma ótima escolha. Aliás, existe um construtor (o André Marcelo, mais detalhes aqui) do PIK 26 aqui no Brasil (Recife) que está empenhado na construção de sua garça...

O SD1 Minisport utiliza motor a partir de 22HP, o que reflete num menor custo na aquisição de motor, além de ter um leque de opções de motorização maior. Compramos um motor da Kohler (Command de 25 HP), que é mais do que suficiente para nosso propósito. Na falta do Kohler, pode-se usar qualquer motor estacionário (Briggs & Stratton, Robin Subaru, Branco, etc) ou motor de motocicletas devidamente adaptados.A vantagem em se utilizar motores estacionários é que foram projetados para serem utilizados em geradores de energia, ou seja pra funcionar horas a fio sem panes.



Construção: A sua construção deveria ser feita sem muitas dificuldades  por pessoas com pouca ou nenhuma experiência em trabalho com madeira (nosso caso). ​



Material: O material teria que ser fácil de achar no Brasil.No projeto original, usa-se o "spruce", que é uma madeira leve e resistente.Como essa madeira é inexistente no Brasil optou-se pelo freijó (Cordia Goeldiana Huber), encontrada com relativa facilidade  no Brasil, além de ter sua virtudes e resistências amplamente testadas em inúmeros projetos como o famosíssimo AC-15 do Altair Coelho (link aqui) e Renan, e a aeronave KR2-EH reformulado do KR2-S pelo Eng° Eduardo Hilton (link aqui).​

​As partes que usam compósitos na aeronave pode-se comprar diretamente com o Igor Spacek,(link aqui) projetista da aeronave ou adquirir aqui no Brasil, embora seja recomendável comprar do fabricante. Na falta do Freijó, pode-se usar o cedro mesclado ou cedro rosa, embora essas duas últimas madeiras nunca foram ensaiadas para serem usadas em aviação.



Desempenho: O desempenho do SD1 é muito bom. Velocidade de cruzeiro de 190 Km/h ( 121 milhas/ hora), consumo de 6 litros/hora (motor de 33 HP), autonomia de 3,5 horas ou 535 km (já descontada a margem de segurança de 45 minutos de vôo).Existe um exemplar de um SD1 na Alemanha que utilizou o motor da Kohler CH 750 (30 HP) que atingiu 160km/h e voou 3 horas e 5 minutos, consumindo inacreditáveis 15 litros de gasolina, o que dá em torno de 4,9 litros/h! Com o tanque novo de 35 litros fabricado pela skycraft (link aqui), consegue-se voar teoricamente 1120 km, ou seja mais de 1000 km com 35 litros de gasolina! Além disso, pousa e decola relativamente curto (250 metros para decolagem e 300 metros de pista para aterrissagem).​



  Por ter carga alar baixa (40kg/m²), a aeronave é extremamente dócil nos comandos, indicada para pilotos com pouca experiência de vôo.​



Segurança:  Sinceramente não voaria em um experimental sem um sistema de recuperação eficiente (paraquedas balístico).Parafraseando o meu colega Dino de Curitiba (que está construindo o seu Savannah, que está bem adiantado, por sinal), um paraquedas balístico é igual a um colete a prova de balas:Você compra para não ter que usar e irá rezar para nunca precisar dele, mas se precisar ele estará lá pra te ajudar sendo sua "segunda chance" caso aconteça alguma coisa errada. O SD1 prevê um paraquedas balístico em seu projeto e seu custo não é alto, considerando que é a sua vida que está em jogo.A última vez que vimos o preço estava em torno de R$ 4.000,00.Como todo material explosivo precisa da autorização de nosso glorioso Exército para entrar no país e nem toda empresa aérea concorda em trazer material explosivo em seu compartimento de carga, o custo da burocracia para obter a autorização do exército e o custo altíssimo do frete deve ser considerado.Por sorte inventaram um paraquedas balístico onde a propulsão é feita por ar comprimido, eliminando a necessidade de usar explosivo químico.A vantagem é que o paraquedas balístico por ar comprimido não tem prazo de validade, ao contrário do que utiliza explosivo químico (5 anos), além de não ter essa dor de cabeça de se obter licença especial no exército e arcar com fretes caríssimos. Existe uma versão de paraquedas que usa uma mola em seu acionamento, mas não tenho detalhes de como funciona.​



Bom, mas nem tudo são flores nesse projeto.



As desvantagens são:



Importação: Necessariamente deve-se importar as longarinas com o projetista da República Tcheca. Até que elas não pesam muito (em torno de 9 kg), mas como o tamanho é fora de padrão ( 3,2 metros x 0,17 metros x 0,12 metros), você encontrará dificuldades no envio para o Brasil, pois o correios não aceitam encomendas deste tamanho.Considerando que a República Tcheca não é "logo ali" , isso vai se traduzir em frete caro.​

Peso Máximo: O MTOM (Maximum Take-Off Mass) ou peso máximo de decolagem é baixo (neste projeto ele está em 240 kg).

Como a aeronave vazia pesa em torno de 110 Kg (construída com "spruce", que é uma madeira bem mais leve que o Freijó brasileiro), você terá que fazer tudo para não estourar esse limite de peso de carga.Pode parecer muito, mas 130 Kg de carga é quase nada, considerando que se você for somar um piloto médio (80 Kg), 36 litros de combustível (25 Kg), e a diferença de densidade entre o "spruce" e o freijó sobram 25 kg para você não sair do peso especificado em projeto. Esta aeronave nunca foi fabricada aqui no Brasil, então não se sabe qual será o peso dela terminada utilizando o freijó ou cedro em sua fabricação.



Igor Spacek SD1 Minisport

Igor Spacek SD1 Minisport

Igor Spacek SD1 Minisport

Igor Spacek SD1 Minisport

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